"Tenho várias caras.
Uma é quase bonita, a outra é quase feia.
Sou um o quê?
Um quase tudo...
Não me sinto bem.
Não sei o que é que há.
Mas alguma coisa está errada e dá mal-estar.
No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo
Abro o jogo!
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza." Clarice Lispector
"Não é que vivo em eterna mutação,
com novas adaptações a meu renovado viver
e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes.
Mas equilibro-me como posso,
entre mim e eu,
entre mim e os homens,
entre mim e o Deus." Clarice Lispector
"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo:
sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens.
Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado,
não suporto mais a rotina de me ser
e se não fosse a sempre novidade que é escrever,
eu morreria simbolicamente todos os dias.
Mas preparado estou para sair discretamente
pela porta dos fundos.
Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero.
E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui." Clarice Lispector
" Mas nem sempre é necessário tornar-se forte.
Temos que respeiar nossas fraquezas.
Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza
legítima à qual temos direito.
Elas correm devagar e quando passam pelos
lábios sente-se aquele gosto pouco salgado,
produto de nossa DOR mais profunda." Clarice Lispector
Sou uma filha da natureza:
quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo,
de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser.
E deixo que você seja. Isso lhe assusta?
Creio que sim. Mas vale a pena.
Mesmo que doa. Dói só no começo." Clarice Lispector
“Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como plenitude.
Faça com que eu seja a tua amante humilde,
entrelaçada a ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de te amar,
sem odiar as tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.” Clarice Lispector
segunda-feira, 7 de julho de 2008
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