Descaradamente surrupiado do Blog Espaço Sinhá, Cadê "seu" Padre?
http://maluber2.wordpress.com/2011/01/10/nem-tudo-se-pode-ver-ouvir-ou-dizer-betty-milan-revista-veja/
Enquanto eu aguardava o dentista me chamar fiquei folheando uma revista Veja e deparei-me com esse texto que falou muito pra mim naquele momento.
Depois disso, sai a caça do texto pela internet e como encontrei-o na integra neste Blog e fiquei com medo de perdê-lo novamente (como perdi a revista q não era minha, rs)resolvi surrupiar o texto descaradamente.
Bom uso!
Da revista Veja, página 92, Editora Abril, edição 2.199 – ano 44 – n.º 02 – 12jan2011
Para outros textos de Betty Millan: www.veja.com/bettymilan
A psicanalista e escritora Betty Milan assina a coluna Consultório Sentimental em VEJA.com. Uma vez por mês, ela publica em Veja um artigo especialmente escrito para a revista impressa.
Um músico me escreve contando que pertence a uma grande orquesta, mas não tem prazer no trabalho por causa dos colegas. Não suporta o despotismo, a vaidade, a prepotência, a arrogância e a mania de grandeza de alguns. O convívio com “egos inflados” é demasiadamente penoso, e ele me pergunta o que fazer.
Eu, que sempre faço a apologia do ato generoso da escuta, sugiro ao músico que faça ouvidos moucos. Lembro que ele tem o privilégio de escutar os sons mais sutis e sabe ouvir o silêncio. Não precisa dar ouvidos ao que não interessa. Inclusive porque egos inflados estão em toda parte e a luta contra eles não leva a nada. Evitar a luta de prestígio é um bem que nós fazemos a nós e aos outros.
Para viver, nem tudo nós podemos ver, escutar ou dizer. Isso é representado, desde a Antiguidade, pelos três macacos da sabedoria. Cada um cobre uma parte diferente do rosto com as mãos. O primeiro cobre os olhos, o segundo, as orelhas e o terceiro, a boca. A representação é originária da China. Foi introduzida no Japão, no século VIII, por um monge budista. A máxima que ela implica é “não ver, não ouvir e não dizer nada de mau”. Foi adotada por Gandhi, que levava sempre consigo os três macaquinhos, o cego, o surdo e o mudo – Mizaru, Kikazaru e Iwazaru.
Eles ensinam a não enxergar tudo o que vemos, não escutar tudo o que ouvimos e não dizer tudo o que sabemos. Noutras palavras, ensinam a selecionar e a conter-se. Isso é decisivo para uma atitude construtiva, mas não é fácil. Somos impelidos a focalizar o que nos prejudica – impelidos por um gozo masoquista ao qual temos de nos opor continuamente. Só a consciência disso permite não sair do caminho em que a vida desabrocha.
Seleção e contenção tornam a existência mais fácil. Desque que não sejam um efeito da repressão, como na educação tradicional, e sim do desejo do sujeito – um desejo vital de se opor às forças do inconsciente que podem nos fazer mal. Isso implica a humildade de aceitar que o inconsciente existe e nós não somos donos de nós mesmos.
A ideia não é nova. Data da descoberta da psicanálise por Freud, no fim do século XIX, mas continua a ser ignorada porque é difícil nos livrarmos do ego. Sobretudo numa sociedade como a nossa, que tanto valoriza, e que não condena a vaidade, a prepotência, a arrogância. Pelo contrário, estimula-as para se perpetuar.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
Servidão
"Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente" (Mt 20:28).
Eu diria que se eu vim para servir, deve ter sido para servir da palhaça para os outros.
Eu diria que se eu vim para servir, deve ter sido para servir da palhaça para os outros.
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